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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ATO ESQUINA DEMOCRÁTICA: DIÁLOGOS NA ESQUINA - PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO!!









Diálogos na Esquina:
Em 2009 o déficit de policiais militares no estado chegava a dois mil. Este ano, houve notório reforço do quadro da Brigada, a maneira pela qual nos damos conta deste aumento é, infelizmente, na verdadeira faxina social que vem ocorrendo na cidade de Porto Alegre. Na Cidade Baixa, bairro no qual resido, intervenho, consumo, passeio, os moradores em situação de rua foram vaporizados, restando alguns poucos, aqueles que, por desgraça, ganham visibilidade que os “blinda” de abordagens policiais como é o caso do senhor pixado enquanto dormia na Rua Lobo da Costa recentemente.
Mas não somente a parcela passiva da miséria é alvo deste operativo velado, a produção cultural popular, sua reflexão e crítica precisa ser removida da programação da cidade que, em 2014, deverá estar em condições cinematográficas para transmissão do maior espetáculo da terra produzido pelo novo Vaticano dos tempos neoliberais: a FIFA .
O campo deve ser preparado para o jogo lúdico da confraternização dos povos e, como os milhares de aparelhos de TV de plasma que serão vendidos para contemplar tal exibição dispõem de alta definição na imagem, é melhor garantir que tudo esteja no seu devido lugar. O futebol? Equivocam-se os que dizem que ele aliena o povo, ele foi alienado do povo e transformado em fábrica de lucro. O futebol será mero tema da Copa. Na África do Sul, a “Santa Inquisição” da Federação instaurou suas leis e premissas para o evento, resultando em alguns indivíduos condenados a uma década de prisão pelo roubo de uma carteira, moças promotoras de marca de cerveja concorrente da cerveja anunciante oficial, detidas pela policia...
A reconfiguração do que aparece no cenário urbano é vital para o espetáculo de 2014, e esta vai desde a ampliação meramente arquitetônica do HPS - que carece de setenta médicos e mais de uma centena de técnicos - ignorando completamente as necessidades dos moradores da zona sul de Porto Alegre urgentes de um hospital na região, até o enquadramento da cultura produzida na cidade, mais precisamente quando esta não se presta à exaltação folclórica do que convém ao espetáculo. O recado é claro, esta cidade será contada pelas empresas patrocinadoras da Copa, portanto, parafraseando Chico, artista: Cálice!
Ao meio-dia desta quarta-feira, a Rede Brasileira de Teatro de Rua /RS, realizou a abertura de uma tarde de espetáculos de rua em manifestação contra as recentes repressões protagonizadas pela polícia contra artistas no centro da cidade. Os Diálogos na Esquina inaugurados hoje terão prosseguimento com o objetivo de denunciar estas ações abusivas e retomar o caráter democrático da Esquina, este espaço público será reivindicado de maneira orgânica fazendo jus à sua história e não simplesmente romantizado como “museu” de luta por democracia para turista ver.
Ah, o argumento... O argumento alegado para tais ações é sempre defender o direito de ir e vir da população, o qual os artistas cerceariam. Ora, se há algo de significante que cerceie o direito de ir e vir de grande parte da população desta cidade é o valor astronômico do transporte urbano, um dos mais caros da América Latina (!), que impossibilita inclusive, o acesso à cultura, popular, folclórica, crítica ou acrítica.
Texto de Ana Campo (Grupo Trilho de Teatro Popular).


A CAMBADA AGRADECE À TODA REDE BRASILEIRA DE TEATRO DE RUA, À TODOS OS COLETIVOS E À TODOS OS TRANSEUNTES QUE PARTICIPARAM DESSE ATO, PELA SOLIDARIEDADE, COMPANHEIRISMO E RESISTÊNCIA!
ESSA LUTA É NOSSA E ELA ESTÁ APENAS COMEÇANDO!


A ARTE NÃO VAI PARAR!!!!

domingo, 14 de novembro de 2010

Ato Diálogos na Esquina a convite da Rede Brasileira de Teatro de Rua (RS)


A Rede Brasileira de Teatro de Rua (RS) convoca a todos para participar do Ato Diálogos na Esquina. Ato em repúdio: ao desrespeito com os artistas, à autorização para apresentações e cobrança para utilização de espaços públicos, que pertencem à todos nós!

Com apresentações e performances teatrais, musicais e poéticas!!!

Dia 17 de Novembro, 4ª feira, à partir do meio-dia.

NA ESQUINA DEMOCRÁTICA, CENTRO.

Artigo 5º da Constituição Federal:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade.


IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Compareça com sua voz, com seu instrumento, com sua performance...

Para saber mais a respeito da razão do ato acesse os links:


Escritora realiza performance na Feira do Livro e é retirada por policiais




Choque de ordem contra a cultura popular


Cerco do Estado Brasileiro Contra os artistas de Rua e os Blocos de Carnaval

http://bandolatrupe.blogspot.com/2010/11/cerco-do-estado-brasileiro-contra-os.html
Em protesto, artistas de rua 'enterram' liberdade de expressão em São Paulo


“Teatro de Rua está na Constituição”


domingo, 7 de novembro de 2010

PARA QUE(M) SERVE TEU VOTO? INTERVENÇÃO LEVANTA FAVELA


Intervenção Cênica criada à partir da
Oficina de Teatro em Ação Direta
Ministrada pela Cambada, a oficina é aberta, gratuita e acontece na Cia de Arte (Andradas, 1780, 9º andar)
às 4ª feiras das 18 às 21.
É só Chegar!!!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

POLÍCIA TENTA PARAR APRESENTAÇÃO DO LEVANTA FAVELA NA ESQUINA "DEMOCRÁTI...



 No dia 16 de Outubro de 2010 a Esquina "Democrática" voltou a ser palco de embate. A Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA... apresentava sua montagem de Teatro de Rua Árvore em Fogo quando vários soldados da Brigada Militar tentaram interromper a apresentação abaixo de ameaças de prisão e de gritos para intimidar os atores. Nós da Cambada ,em um verdadeiro ato de resistência, levamos a apresentação até o final. Foi quando nos vimos detidos (inclusive uma criança de 11 anos que participa da peça), não poderíamos deixar o local nem poderíamos levar nosso material cênico, caso não nos identificássemos. Fomos levados a delegacia quando ,por sorte, um pedestre se identificou como advogado e nos acompanhou, não sabemos o que seria dentro da delegacia cercados por vários policiais sem este advogado que apenas passava e resolveu não ficar calado diante de tão absurda atitude dos soldados. Um deles argumentou que um dos motivos que os fizeram tentar parar a peça foi o que "algumas pessoas não estavam gostando".



Depois de algum tempo de discussão dentro da delegacia, fomos identificados e liberados. Esta intervenção da Brigada Militar desrespeita o Artigo 5º da Constituição Federal de 1988 que diz:




"É LIVRE A EXPRESSÃO DA ATIVIDADE INTELECTUAL, ARTÍSTICA, CIENTÍFICA E DE COMUNICAÇÃO INDEPENDENTEMENTE DE CENSURA OU LICENÇA"

Este foi mais um ato estúpido, inexplicavel e inconstitucional da polícia.

Árvore em Fogo é um alerta para a necessidade de Liberdade. Junto com Brecht a Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA...afirma: 

DE HOJE EM DIANTE TEMEREMOS MAIS A MISÉRIA QUE A MORTE!!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Chile: Comunicado de Mónica Caballero, Presa Anarquista

"A todxs xs insurretxs:
A hegemonia do poder foi colocada em cena no dia 14 de agosto às 7 da manhã, quando efetivos do GOPE ingressaram no lugar onde habito ou habitava, kasa okupada "La Crota", tirando a cortina da nossa biblioteca, o CDAI (Centro de Documentação Anarquista Itinerante), amarrando-a a um automóvel. Ao escutar o estrondo, pude apenas sair ao pátio onde a polícia, armada até os dentes e com sua prepotência características, me levam. Posteriormente sou levada a uma habitação onde me foram lidas as causas pelas quais fui detida. Dentro do mesmo procedimento me efetuaram um exame nas mãos, onde buscavam traços de explosivos. Tal exame foi feito sem eu estar a par nem me explicarem nada: erro garrafal de minha parte. O mesmo exame foi realizado em duas pessoas que se encontravam em meu amado lar, Vinicio Aguilera e Diego Morales, o qual é a única prova que a polícia possui para nos culpar.
Me despedi de meus companheiros irmãos, cachorrxs e gatxs. Um de meus companheiros de 4 patas jamais deixou de rosnar para a polícia. Não se afastou de nós. Acariciei seu lombo e me dirigiram até a parte dianteira da casa, a biblioteca (CDAI), que estava destruída, como um postal clássico dos regimes totalitários. Neste momento me foram colocadas as algemas que me acompanhariam por várias horas em repetidas ocasiões. Ao sair de meu amado lar, o qual o procurador chamaria de "centro de poder", a imprensa buscaria a tomada e/ou foto perfeita dos "colocadores de bombas". Só receberam nosso mais profundo desprezo. Com a cabeça nunca abaixada, aproveitei a ocasião para vociferar uma frase pelxs presxs mapuches, que atualmente se encontram em greve de fome. No automóvel da polícia consegui escutar alguma noticia difusa. Ao chegar à 33ª Delegacia encontrei vários pessoas na mesma situação que eu e com certeza seguiriam chegando outras. Somos 14. O controle de detenção se encontrava cheio de companheirxs, amigxs, familiares, afins, irmãos, os quais assim como nós sentiam a incerteza. Associação Ilícita Terrorista e colocação de artefato explosivo são as acusações que me imputaram. A formalização se realizaria na terça-feira.
Ao sairmos da sala conseguimos escutar os gritos cheios de ira e raiva dxs nossxs companheirxs. Gritos que remexeram o mais profundo e encheram de força para o que vem. Não estamos sós! Suas ações e atitudes me enchem de orgulho!!! A espera pela formalização das acusações foi eterna. Incomunicáveis, sem ver nada de notícias, sem sequer um lápis. Ao chegar o dia no qual o Poder trataria de nos deixar o maior tempo possível na prisão, conseguimos entre as barras e algemas tocar as mãos de nossxs companheirxs e a gritos cruzar alguma palavra.
Na audiência se restringiu a entrada a um familiar por cada acusadx. A Igreja se somava desta vez a Procuradoria Sul e o Ministério do Interior. O procurador Alejandro Peña começou sua verborragia com os fundamentos da acusação de conspiração terrorista (ao qual só existe na sua cabeça). Segundo este, a organização é informal, democrática e horizontal. Nos causou riso ao dizer isto. Tantos anos de investigação para tão complexa resolução? Que precária mentalidade para tão ilustres funcionários. Posteriormente segue com as provas de cada acusadx: elementos como livros, fotos, escritos, escutas telefônicas, PCs, pendrives, vídeos, cartazes e, provavelmente, este mesmo comunicado seriam o sustento de nossa periculosidade. Como se o circo fosse pouco, em um ato maquiavélico e insano do tão respeitado procurador, mostra fotografias de Maurício Morales morto após detonar o artefato explosivo que estava direcionado à escola de carcereiros, em maio de 2009. Buscava nos quebrar, mas só alimentou nosso ódio. Uma grande prova seria a declaração de Gustavo Fuentes Aliaga, vulgo "El Grillo", traficante que no dia 31 de dezembro de 2008 apunhalava 7 vezes a sua esposa, Candelaria Cortéz-Monroy. Cento e oitenta dias de investigação são os que outorgou o juiz.
Mas já não seríamos 14, mas 8. Seis companheirxs não permaneceriam sequestradxs nas masmorras do capital. Um forte abraço para elxs. Não basta os 4 procuradores e os anos de investigação para buscar novos antecedentes para montar uma artimanha de proposições e assim nos deixar na prisão.
Na atualidade me encontro na SEAS (Sessão de Alta Segurança) do CPF (Centro Penitenciário Feminino) de Santiago. Continuarei com minha dieta vegana. A luta contra a dominação não se negocia até as últimas conseqüências. Orgulhosa do que sou e dos meus, abraço cada gesto de solidariedade e rebeldia. Não me calarão. Ninguém mais que o indivíduo pode e tem que lutar por sua liberdade, nada mais do que movido por seu coração. Que a natureza selvagem proteja os queridos felinos que correm pelos telhados e não chegue uma noite de muitos negros agouros. E a todxs hoje e sempre:
"Nem deus, nem amo"
Com o coração feito merda, mas batendo mais forte que nunca!!!
Pelo fim de toda dominação e exercício de autoridade, procurem que viva a anarquia.
Mónica Caballero, SEAS, CPF, Santiago do $hile. Presx Anarquista."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

NÃO VAMOS DEIXAR QUE ACABEM COM A ARTE POPULAR DE RUA!!


É isso aí povo rueiro!!

Mandamos ver na avenida, falamos tudo até de boca fechada!


Pra quem tava fica a alegria de manifestação cumprida e bem feita, com a beleza e as cores que nos caracterizam enquanto mambembes, palhaços, teatreiros, bonequeiros, revoltados, arruaceiros...Com direito a boa música com o maestro Mauro, Saulo, Paulo, regência de Zé da Terreira e uma bela banda improvisada.

Pra quem não pode ir fica o relato. Os manifestantes tomaram as ruas espalhando o lúdico pelos paralelepipidos dos Andradas, Marechal Floriano Peixoto, 7 Setembro, Borges de Medeiros até a Prefeitura da cidade; andando pelas ruas com a boca 'amordaçada' e 'revoltados' com as proibições que estão acontecendo nas praças, parques, esquinas do Brasil, em protesto nos rebelamos com os papeis e dizemos: "Abaixo às autorizações e ao pagamento de espaços públicos que são nossos espaços, pertencentes ao povo!!

Arrancamos dos transeuntes sorrisos aliviados por perceberem que não se tratava de uma manifestação partidária nessa época de eleição: - inclusive, pouco antes tinha passado um mulambo de trabalhadores fazendo propaganda massiva para o tal Cláudio Janta, com direito a batucada, fazendo uma parada na Esquina Democrática que nos obrigou a um desvio para não nos misturarmos com a politicagem.


No caminho fizemos algumas paradas para deixar ciente as pessoas do porquê da manifestação, lendo alguns tópicos que decidimos ser importantes:

Nos apresentamos: - A Rede Brasileira de Teatro de Rua criada em março de 2007, em Salvador/BA, é um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, democrático e inclusivo. Todos os artistas-trabalhadores e grupos pertencentes a ela podem e devem ser seus articuladores.


Pautas:
Contribuir para o desenvolvimento do fazer teatral de rua no Brasil e na América Latina;


Lutar por políticas públicas culturais com investimento direto do Estado;


A criação de programas de ocupação de propriedades públicas ociosas,


Extinção da Lei que permite a isenção fiscal, a Lei Rouanet;Que os espaços públicos (ruas, praças, parques, entre outros), sejam considerados equipamentos culturais;


A extinção de todas e quaisquer cobrança de taxas, bem como a desburocratização para as apresentações de artistas-trabalhadores, grupos de rua e afins, garantindo assim o direito de ir e vir e a livre expressão artística, em conformidade com o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira;


Reafirmar a necessidade de uma nova ordem por um mundo socialmente justo e igualitário;


Entre outras reivindicações.


Na frente do Prefeitura fizemos nova leitura das pautas, cantamos o "funk do Brecht":


"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.


É da empresa privada o seu passo em frente,


seu pão e seu salário. E agora não contente querem


privatizar o conhecimento, a sabedoria,


o pensamento, que só à humanidade pertence."

E libertados das mordaças com a mesma festa reivindicadora da ida, voltamos para a Cia de Arte onde nos despedimos.

VIVA O TEATRO DE RUA?!


VIVA!!!


Vamoquevamoteatroderuanãopodeparar!

Kacau (Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA...)

domingo, 29 de agosto de 2010

A luta é como um círculo, pode começar em qualquer ponto, mas não termina nunca!!!

A Cambada agradece de todo coração a participação de vocês no I Caracol libertário de muitos...Valeu a colaboração, a presença, a força, a energia!! E a luta continua!!!
Queremos agradecer muito o apoio do pessoal do Utopia e Luta, por ter cedido o espaço do Quilombo das Artes, da Ana, na questão do café da manhã, que fez os pães e as cucas, da Karen, que cuidou das nossas crianças, de mais uma Ana, a da COCEARGS, que nos apoiou na comida,que também o Isnar, da Via Campesina nos apoiou. É muito bom poder contar com os companheiros e a ajuda de vocês foi muito importante pro Caracol acontecer!!


domingo, 1 de agosto de 2010

I Caracol Libertário da Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA...


A Cambada convida a todos para participar do I Caracol Libertário da Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA...O nome "Caracol" vem inspirado em Chiapas, onde existem espaços autônomos onde se constrói debates, experiências, construção de conhecimentos, cultura e tradições dos povos originais. Hoje em Chiapas estão as maiores experiências sociais influênciadas pelo anarquismo e o Caracol ou os Caracóis são espaços de construção fora do molde europeu e branco colonizador. Então, nós queremos fazer um encontro aberto entre os companheiros de luta, arte e contestação desse sistema em que vivemos e também entre todos que tiverem vontade, curiosidade de participar para discutirmos sobre visões do que seria uma sociedade libertária e suas possibilidades de se concretizar nesse mundo de hoje.
 A Jornada do Caracol será dia 28/08, das  Será um dia de troca e vivência onde diversos grupos e indivíduos compartilharão informações sobre ações, pessoas, movimentos e teóricos libertários.

Programação:


8h - café da manhã por conta do LevantA... e cooperativa do Utopia
8h45min - Mística de abertura
9h - Tensão Anarquista
10h - Especifísmo e Introdução às Correntes do Anarquismo
11h - Louise Michel
12 - Almoço e FEIRA DE TROCAS
13:50 - Dinâmica
14h - Anarcofeminismo na América Latina: Juana Rocco Buela
15h - Anarquismo e Feminismo
16h - Vivendo em Redes e Morando em Comunidades: Perspectiva Revolucionária o Movimento Socio-ambientalista
17h - Capoeira de Angola como 'Movimento' de Resistência
18h - Filme: "Romper el Cerco"
19h - Mística de encerramento
20h - ...


O Caracol é GRATUITO.


A alimentação se dará da seguinte maneira:
café da manhã: por conta do Levanta e da cooperativa do Utopia
Almoço: rateio da grana que faltar
lache da tarde: 'piquinique' - será compartilhado os alimentos trazidos pelos participantes para o lanche (bolacha,bolos,pãos,docinhos,salgadinhos,etc).
FEIRA DE TROCAS - tudo aquilo que tivermos e quisermos trocar, serão feitas somente trocas, venda ñ poderão ser feitas!
Terá o espacito das crianças, CIRANDA.
Apareçam, companheirada!!!


8h às 20h (com café da manhã, almoço, feira de troc de roupas, livros, filmes, mudas etc.), no Quilombo das Artes, prédio da Comunidade Autônoma Utopia e Luta (borges,719).


terça-feira, 22 de junho de 2010

Outra Campanha anti-eleitoral e Poder Popular

Nos anos 70 e 80, grandiosas lutas populares, com guerrilhas, greves, protestos e ocupações, derrotaram o regime militar implantado em 1964, conquistaram liberdades políticas e levaram ao surgimento de importantes formas de organização popular.

Boa parte dos homens e mulheres que participaram dos combates daqueles anos, acreditaram que através de partidos eleitorais e da "democracia" representativa do voto, poderiam chegar a transformações profundas da sociedade brasileira. Acreditaram que através do "acúmulo de forças" participando de eleições, elegeriam parlamentares e governos que apoiariam os movimentos populares, e tudo isso permitiria conquistar a reforma agrária, a justiça social, o fim do domínio imperialista sobre a economia. Acreditaram que com isso estariam também ajudando nas lutas de libertação na América Latina e em

todo o mundo. Muitos militantes populares afastaram-se da luta direta para candidatar-se ou trabalhar em gabinetes, secretarias e ministérios.

A chegada de Lula à presidência da república foi o resultado final desse tipo de política seguido pela maioria da esquerda e dos movimentos sociais. Foram mais de 20 anos de um suposto "acúmulo de forças". Qual o balanço disso tudo? Um saldo muito negativo

A concentração de renda e a desigualdade social aumentaram. O poder econômico dos capitalistas cresceu com expansão dos monopólios e as privatizações. O latifúndio continua a dominar a maior parte das áreas rurais. O poder militar da classe dominante (forças armadas, polícia, pistoleiros) continua garantindo seus privilégios e realizando chacinas na cidade e no campo.

O controle do capitalismo internacional sobre a economia permanece através das multinacionais, do FMI, Banco Mundial, OMC, Mercosul e outros organismos. A dívida externa continua cobrando um imenso tributo na forma de juros e amortizações.

Longe de contribuir com a libertação da América Latina, o estado brasileiro converteu-se num instrumento de opressão dos povos do continente. As tropas brasileiras ocupam e massacram comunidades pobres no Haiti. A Petrobrás e outras empresas brasileiras estão entre as maiores

exploradoras de povos irmãos na Bolívia, Equador e vários outros países. Fazendeiros brasileiros tomaram conta de grandes extensões de terra no Paraguai.

A esquerda institucional dizia que sua participação nas eleições, parlamentos e governos serviria para "aprofundar a democracia", mas o que vimos foi a maior parte desta esquerda reproduzir o clientelismo, a demagogia e a corrupção da direita.

A "convivência" prolongada com o inimigo nos torna parecidos com ele

Não acreditamos que a explicação para tamanho fracasso seja a "traição" ou falha de caráter dos "representantes" eleitos da esquerda. Também não acreditamos que tenha faltado uma "política certa" na participação eleitoral. A verdade é que uma política prolongada baseada nas eleições e na

administração do estado leva inevitavelmente ao abandono de qualquer projeto sério de transformação.

Para elegerem parlamentares e chegarem a governos, a esquerda tem que ser cada vez mais "legalista", quer dizer, adaptar-se ao jogo constitucional e político da democracia eleitoral. Administrando o estado, começa a ver como elementos permanentes e "parceiros" órgãos de dominação da maioria pela

minoria, como a polícia, as forças armadas e as empresas capitalistas. Com o tempo, acham até "natural" receberem financiamento de empresários, a origem de toda a corrupção.

Os partidos eleitorais (não só o PT) acabaram assumindo o discurso da "cidadania", segundo o qual direitos e deveres garantidos por lei tornariam todos parceiros de uma mesma "nação" ou sociedade. O lema do governo Lula é "Brasil um país de todos", como se pudesse haver igualdade e parceria entre o

latifundiário e o sem-terra, o trabalhador e o patrão, o especulador e o sem-teto, a periferia e os condomínios de luxo, o morador de favela e a polícia. O discurso da "cidadania" esconde a realidade que na sociedade capitalista há dominação e que os dominadores construíram instrumentos para continuar dominando.

O que a classe dominante quer preservar de todas as formas não são algumas cadeiras no parlamento ou alguns cargos no executivo ou no judiciário. Acima de tudo, os latifundiários querem continuar com suas terras, os empresários com suas fábricas e serviços, os generais com o comando de suas tropas, os

magnatas da comunicação com suas redes de rádio e TV. Se isso eles conseguem com governos "de direita" ou "de esquerda", para eles tanto faz.

O discurso da legalidade e da "cidadania" esconde a verdade de que não há como "reformar" o estado no interesse da maioria do povo. Exército e polícia (forças armadas separadas da população), parlamentos, Banco Central, justiça profissionalizada e outros componentes do estado não são instrumentos "neutros" que podem ser utilizados numa direção ou noutra. São instituições criadas pela classe dominante para concentrar o poder, ou seja, para retirar poder da maioria oprimida do povo e mantê-la dominada. O máximo que podemos é arrancar algumas conquistas com nossa mobilização, obrigar o estado a atender certas reivindicações e aprovar leis favoráveis aos oprimidos, mas nada disso muda o caráter do estado e seu papel na manutenção da desigualdade.

A luta e a organização popular foram deformadas, mas não foram destruídas

Uma das piores conseqüências da política eleitoral da esquerda foi a burocratização e o enfraquecimento das organizações populares construídas na resistência à ditadura. Sindicatos, associações de moradores, movimentos pela moradia, movimento negro, organizações estudantis e de mulheres, entre outras; foram deixando a luta e a organização direta de lado e se dedicando cada vez mais a obter e gerir projetos governamentais ou financiados por grandes ONGs.

A formação de novos militantes e organizadores populares cedeu lugar à criação de grupos e panelinhas com o objetivo de eleger alguém. A participação coletiva e direta foi substituída pelo presidencialismo e a burocracia profissionalizada. A camaradagem e a solidariedade diminuiu face ao

carreirismo e às disputas de "lideranças".

Os movimentos, que tinham independência diante do estado e do poder econômico, começaram a se tornar apêndices de secretarias, institutos e ministérios. Dedicam-se na maior parte do tempo a participar de conselhos, conferências, fóruns e outros organismos, onde sentam-se junto a empresários

e governantes, como "parceiros". Mas o único poder" que têm na verdade é poder votar onde serão e onde não serão aplicados os minúsculos recursos destinados às áreas sociais. O estado, assim, fez dos movimentos burocratizados seus pára-raios, que atraem a insatisfação popular deixando as causas dos

problemas longe das vistas das pessoas.

Felizmente, nem todos os movimentos e militantes populares abandonaram a autonomia, a intervenção direta e a combatividade. Entre os sem-teto e sem-terra, na juventude, nas comunidades urbanas pobres, entre as mulheres, nas rádios comunitárias e atividades culturais, e inclusive nas lutas sindicais e

estudantis, são vários movimentos, grupos e organizações que seguem desafiando a burguesia e o seu estado. Uma nova geração de lutadoras e lutadores, e não poucos entre os mais antigos, decepcionam-se cada vez mais com as organizações burocratizadas e domesticadas.

Os movimentos independentes e autônomos são capazes de construir

uma alternativa anticapitalista e uma democracia verdadeira

Em primeiro lugar, porque sua atuação é baseada na ação direta. Ocupações de terras, prédios e terrenos; bloqueios de vias públicas como no movimento pelo passe livre; saques em supermercados e depósitos de alimentos; ocupação de órgãos governamentais como forma de protesto; rádios e TVs

livres; greves por prazo indeterminado; ocupação de fábricas e empresas; ocupação de pedágios, etc. São formas de luta onde a preocupação principal é a legitimidade, não a legalidade. Quando o povo é oprimido, a rebelião é sempre justa, mesmo que não seja legal.

Em segundo lugar, porque atingem diretamente a propriedade, os interesses e os lucros dos exploradores. Não temos "interesses comuns" com quem nos oprime, o prejuízo deles é nossa vitória.

Em terceiro lugar porque seu funcionamento se baseia mais na participação direta de todos do que na eleição de representantes. Através das assembléias, piquetes, colegiados, posses culturais, mutirões, se constrói uma democracia muito mais avançada que a democracia eleitoral, uma democracia direta.

É preciso recuperar a idéia da revolução e do socialismo libertário como luta pela

igualdade social e pela liberdade

Outra conseqüência negativa da política da esquerda eleitoral foi desmoralizar a idéia de socialismo. Como os parlamentares e governos "de esquerda" se diziam "socialistas", a palavra deixou de significar mudanças profundas em direção a uma sociedade igualitária e passou a ser usada como a

implementação de mesquinhos "programas sociais" que no máximo eram um paliativo para a situação de exploração, miséria e violência em que vive o povo. Claro que em pouco tempo ninguém se entusiasmava mais por esse "socialismo".

Isso aconteceu num momento histórico em que a idéia não só de socialismo como de revolução estavam profundamente confusas devido às trágicas experiências de várias revoluções no século XX, principalmente na Rússia e na China. Embora nascidas de movimentos populares que derrotaram

pacialmente as classes exploradoras, essas revoluções não desenvolveram uma democracia direta e acabaram reconstruindo um estado que oprimiu o povo e defendeu os privilégios de burocracias centralizadoras, que fizeram reorganizar as classes dominantes tudo isso em nome de uma nova sociedade que no nosso prisma o Comunismo Libertário.

Apesar destas experiências mal sucedidas, e tirando as lições delas, entendemos que não há nada mais importante hoje para a esquerda e os movimentos sociais que recuperar a necessidade de mudanças radicais e da luta sem trégua para derrotar os opressores - revolução - para se conquistar um regime de

igualdade social e liberdade política e cultural, inimigo de qualquer tipo de tirania - Comunismo Libertário.

Recuperar a hegemonia dos de baixo no movimento popular significa muito mais do que assumir consignas e declarações genéricas e vazias, mas lutar para que o Comunismo Libertário retorne ao horizonte dos explorados como uma possibilidade real, que deve-se começar imediatamente. Pois é urgente

contrapor um projeto de vida e libertação ao sistema de morte, alienação e opressão do imperialismo.

Esses são, desde há muito tempo, os significados verdadeiros destas palavras. É por isso que lutamos.

Crescer e unificar a luta independente do povo para construir o Poder Popular

Muitas mulheres e muitos homens do povo pobre e explorado ainda agüentam quietos e sem lutar suas vidas de sofrimento. Nas favelas e nos campos, nas obras e nos lares pobres, nas escolas e hospitais públicos, nas fábricas e empresas, nos ônibus e trens, nos quartéis e prisões; são milhões de jovens e

adultos que ainda precisam ser despertados para a luta por sua libertação. Essa continua sendo nossa principal tarefa revolucionária.

Os movimentos independentes e autônomos que já existem têm uma grande experiência de luta, muitas propostas e alternativas para os problemas do povo. É preciso organizar a troca de experiências, o diálogo e a unificação desses movimentos, e a partir disto construir um programa revolucionário dos oprimidos.

É esse processo de crescimento, esclarecimento e educação mútua nas lutas populares que chamamos construção do Poder Popular. As organizações criadas pelo povo em sua luta radical e direta devem se fortalecer e se capacitar a substituir o próprio estado em todas as funções necessárias à vida, à cultura e à felicidade; o que significa derrotar o poder dos ricos e opressores e construir nosso próprio poder.

Na América Latina já há movimentos que apontam para além do eleitoralismo

Em Nuestra América, novos e antigos sujeitos sociais irrompem, recuperando e criando métodos de luta. Piquetes, bloqueios de estrada, ocupações, mídia alternativa, greves, passeatas, marchas, consultas populares, ações armadas, insurreições e outras manifestações de revolta popular conseguiram colocar

em xeque as políticas neoliberais que durante tantos anos massacraram os latino-americanos. Os oportunistas de plantão até conseguiram tirar vantagem dessa situação elegendo alguns de seus candidatos. No entanto, os movimentos populares demonstram a cada dia que passa uma maturidade

maior ao não se deixar dirigir por qualquer partido. Essa é a principal lição que países onde a luta popular está mais avançada, como a Bolívia e o Equador, deixam para nós brasileiros: É O CONJUNTO DAS LUTAS DE UM POVO QUE DEVE DETERMINAR A POLÍTICA DE UM PAÍS E NÃO O PARLAMENTO.

Não votar em ninguém nas próximas eleições, rejeitar a imposição da "democracia" dos ricos

Um passo importante nessa construção é rejeitarmos o atual processo eleitoral como falso, corrupto e anti-democrático. Não vamos nos deixar levar pelo discurso de "eleger o menos pior", não vamos vender nosso voto, chamamos todos a não votar em ninguém nas próximas eleições, seja através do

voto nulo ou do boicote eleitoral (abstenção).

Também chamamos todos a lutar pelo fim do voto obrigatório. Não queremos ser obrigados a ser cúmplices de parlamentares e governantes corruptos que defendem os interesses dos que nos oprimem. Não queremos que falem em nosso nome ao governarem. Não queremos participar de seu jogo sujo.

Mas, temos claro, o mais importante não é votar nulo, se abster nem mesmo conquistar o fim do voto obrigatório. O mais importante é construirmos uma nova forma de atividade política, através da luta, da organização, da rebeldia e da desobediência civil. Construindo o Poder Popular rumo à Revolução e ao

Socialismo Libertário.



Junio Santos - Cervantes do Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A CAMBADA DE TEATRO EM AÇÃO DIRETA LEVANTA FAVELA APÓIA A LUTA DOS MORADORES DO MORRO SANTA TERESA E DEFENDE A VIDA E A NATUREZA ACIMA DO LUCRO!!



JUVENTUDE EM LUTA DEFENDENDO A VIDA

Neste dia 8 de Junho, 400 jovens de diferentes comunidades, do campo e da cidade ousaram sair às ruas e lutar por um direito elementar que nos foi seqüestrado. Ousaram lutar pelo direito ao Futuro. Direito este ameaçado pela crise ambiental que se aproxima e que coloca em cheque a sobrevivência da humanidade. Ousaram lutar por um mundo que seja fonte de vida para homens, mulheres e para a natureza e não apenas fonte de lucro para as grandes empresas.
A concentração da marcha foi feita às 8h30 na Usina do Gasômetro. O local, em frente ao Rio Guaíba, foi escolhido por ser um símbolo da poluição e da capacidade destrutiva deste modelo de sociedade irracional, que contamina a própria água que consome. Antes do início da marcha, os jovens assistiram à apresentação teatral Lágrimas da Aracruz, encenada pelo grupo Levanta Favela.

A caminhada tomou conta da Avenida Loureiro da Silva com muita animação, rumando em direção à Secretaria de Educação, onde os alunos das escolas presentes levaram uma carta de reivindicações à secretaria.
Subindo a Borges, a marcha dos jovens protagonizou a teatralização de um conflito entre dois blocos. O Bloco da Morte formado por caveiras simbolizando o destino da humanidade caso ela continue a serviço das grandes empresas. E o Bloco da Vida representado pela Juventude organizada na Banda Loka do Levante.
Chegando à Praça da Matriz a marcha em defesa da Vida, se solidarizou à manifestação dos moradores do Morro Santa Teresa, que lutam pelo direito de permanecer morando no Morro. A pressão popular era para a retirada do projeto prevê a venda de 74 hectares do Morro, e que terá como conseqüência o despejo de 20 mil moradores, e destruição da área de uma área de preservação ambiental. O projeto que iria a votação foi adiado para esta quarta-feira.
No fim da manhã, diante da Assembléia Legislativa, foi instaurada uma Assembléia Popular, em que o povo condenou os projetos defendidos pelo Governo do Estado.
Este dia 8 de Junho foi um marco da Assembléia Popular da Juventude, espaço que articula as juventudes dos Movimentos Sociais do Campo e da Cidade. O dia 8 de Junho foi antes de tudo, um marco inicial para a construção de uma alternativa de sociedade justa, igualitária e sustentável. (Texto: Levante Popular da Juventude: http://levantepopulardajuventude.blogspot.com/ )
(Foto:Eduardo Seidl)

E NESTA QUARTA FEIRA, DIA 16 DE JUNHO, VAI SER VOTADO NOVAMENTE O PROJETO "PL388" DE VENDA DO TERRENO DA FASE. OS MORADORES VÃO SE MOBILIZAR EM FRENTE À ASSEMBLÉIA ONDE ESTARÁ OCORRENDO A VOTAÇÃO, PARA PROTESTAREM CONTRA O PROJETO. VAMOS APOIAR ESSE POVO QUE TEM O DIREITO À MORADIA E DEFENDER A NOSSA NATUREZA E LUTAR PARA NÃO DEIXAR QUE ENTREGUEM A NOSSA CIDADE NAS MÃOS DOS INTERESSES DOS EMPRESÁRIOS!



O QUE ESTÁ ACONTECENDO EM PORTO ALEGRE: Terreno da Fase é patrimônio ambiental e deve ser preservado
"(...)é importante que se crie uma verdadeira campanha para impedir que o governo estadual consiga a autorização para alienar ou permutar o terreno da Fase, de 74 hectares , na frente do Beira-Rio.
O terreno conta com diversas espécies protegidas, tem nascentes, é um verdadeiro patrimônio ambiental, que o governo Yeda vem sumariamente proibindo os funcionários de divulgar. Pesquisadores da Fundação Zoobotânica fizeram um levantamento ambiental que recomenda a preservação da área, mas foram proibidos de levar a público os dados coletados. É a última área em Porto Alegre que ainda tem vegetação característica da região, com resquícios de Pampa.
No terreno ainda há prédios bastante antigos, considerados patrimônio histórico de Porto Alegre. Mais de 10 mil pessoas - as estimativas vão de 10 mil a 20 mil - vivem no local, algumas há mais de 40 anos.
Fora que não dá pra vender o terreno, praticamente dar de presente, por um valor muito abaixo do real(...)" (Cristina Pasqualetto Rodrigues, jornalista, mais conhecida como Cris Rodrigues.)

"Alguns devem ter ouvido falar de um projeto chamado "Descentralização da FASE" (FASE é a antiga FEBEM). Pois bem, do pouco que se noticiou, trata-se de mudar o endereço das instalações da FASE, que atualmente se encontram na Av. Padre Cacique, próximo ao Estádio Beira-Rio.
O que não foi dito é que aquela área se extende por um terreno de 74 hectares , sendo boa parte dele com mata nativa. O terreno tem um preço estimado atual (se fosse possível vendê-lo, claro!) de R$ 170 milhões. Só esse preço já nos faz pensar como já fomos roubados no terreno do antigo Estaleiro Só, que foi vendido por apenas R$ 7 milhões... Contudo, isso é outro assunto... Voltando, o citado projeto tem por intenção a PERMUTA do terreno da FASE (de propriedade do Estado do Rio Grande do Sul) por nove terrenos espalhados pela região periférica de Porto Alegre, onde, de acordo com o projeto, seriam construídas as novas instalações da FASE. A empresa beneficiária do projeto se chama MAIOJAMA, que tem como grandes sócios a família Syrotsky (dona do Grupo RBS). Resumindo: a construtora trocaria uma área de 74 hectares no coração de Porto Alegre, numa das áreas mais nobres, verdes e valorizadas da cidade (com perspectiva de valorização ainda maior, vide a Copa do Mundo do Brasil em 2014), por nove terrenos periféricos da cidade a sua escolha. ELA NÃO PAGARIA UM CENTAVO SEQUER PELA ÁREA (R$ 170 MILHÕES ESTIMADOS) !!
Se isso não bastasse, foi votado recentemente (e curiosamente no mesmo momento!) o Plano Diretor de Porto Alegre, no qual o índice construtivo naquela área passou de 1,0 para 1,9. O que quer dizer, grosseiramente para quem não entende bem disso, que se pode construir infinitamente mais no mesmo espaço(...)" (Guilherme Jaquet)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mais um Sem Terra Assassinado...


Militante do MST é assassinado em PE

27 de abril de 2010
É com muita tristeza que informamos que nesta segunda-feira (26/4) assassinaram o companheiro Arnaldo, do Assentamento Catalunha.
Arnaldo era técnico agrícola da equipe do assentamento, que fica em Santa Maria da Boa Vista e é o maior de Pernambuco, com 604 famílias. Atualmente, além de técnico, ele atuava como professor do curso Saberes da Terra, e desde dezembro era dirigente da Brigada.
Arnaldo participou da primeira Brigada Internacionalista de técnicos que atuaram na Venezuela.
Ontem, logo que saiu da sala de aula, foi direto pra casa e quando desceu da moto foi asssassinado com vários tiros por duas pessoas encapuzadas, em frente à sua casa, no assentamento.
Os motivos do assassinato ainda são desconhecidos.
O enterro devera acontecer nesta terça-feira (27/4), no final da tarde, em Petrolina.
Arnaldo : Presente, presente, presente!
Direção do MST/PE

segunda-feira, 12 de abril de 2010

DIREITO DE COMER DIREITO


A ação direta "Direito de Comer Direito" foi na frente do merado Nacional, da rede multinacional de supermercados WalMart, da República em protesto contra a forte represão que sofremos na Ação Nacional pela Soberania Alimentar no 11 junho de 2008, também no WalMart, esse localizado na Múcio Texeira em que a PM agrediu covardemente as mulheres, homens, crianças e idosos que participavam da Ação, apreendendo a boneca de 5 metros Dona Maria. Alguns meses depois, em uma formação de uma semana no acampamento Jair da Costa em Santa Rita, fomos para a rua novamente lutar pelos direitos de uma alimentação decente na mesa dos brasileiros, produzida pela agricultura familiar dos pequenos agricultores. O ato que aconteceu demanhã, começava dentro do Nacional da República; uma companheira do teatro, Carla e outras mulheres, entraram no Wall Mart fazendo a ação direta de denuncia "Dona Maria", onde representavam donas de casa (sendo elas também donas de casa) reclamando dos altos preços dos alimento e sobre a trangenia, ao se encaminharem para o caixa para pagar as comprar, elas cantam a música: "Dona Maria tem 7 filhos,todos eles pequenininhos,a panela pequenininha,todos eles querem comer.Olha bate panela que eu quero ver!". Esperamos elas sairem em segurança, fora do mercado, aguardavamos prontos para apresentar a intervenção montada e encenada em pareria com o Movimento Sem Terra, denunciando as transnacionais, o governo e a polícia, orgãos que perpetuam a miséria do povo. Apresentamos de frente para a PM que fazia a "segurança" desse mercado transnacional, mas desta vez sem agressão fisica. Conseguimos apresentar e denunciar e seguimos em marcha para a "Marcha dos Sem" que aconteceu durante a tarde desse mesmo dia.

terça-feira, 6 de abril de 2010

IMPUNIDADE

Foto do Ato 13 Anos de Impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás.

No dia 17 de abril de 1996, no estado brasileiro do Pará, perto de uma povoação chamada Eldorado dos Carajás, 155 soldados da polícia militarizada, armados de espingardas e metralhadoras, abriram fogo contra uma manifestação de camponeses que bloqueavam a estrada em ação de protesto pelo atraso dos procedimentos legais de expropriação de terras, como parte do esboço ou simulacro de uma suposta reforma agrária na qual, entre avanços mínimos e dramáticos recuos, se gastaram já cinquenta anos, sem que alguma vez tivesse sido dada suficiente satisfação aos trabalhadores do campo. Naquele dia, no chão de Eldorado dos Carajás ficaram 19 mortos, além de umas quantas dezenas de pessoas feridas. Passados três meses sobre este sangrento acontecimento, a polícia do estado do Pará, arvorando-se a si mesma em juiz numa causa em que, obviamente, só poderia ser a parte acusada, veio a público declarar inocentes de qualquer culpa os seus 155 soldados, alegando que tinham agido em legítima defesa, e, como se isto lhe paresesse pouco, reclamou processo judicial contra três dos camponeses, por desacato, lesões e detenção ilegal de armas. O arsenal bélico dos manifestantes era constituído por três pistolas, pedras e instrumentos de lavoura mais ou menos manejáveis. Demasiado sabemos que, muito antes da invenção das primeiras armas de fogo, ja as pedras, as foices e os chuços haviam sido considerados ilegais nas mãos daqueles que, obrigados pela necessidade a reclamar pão para comer e terra para trabalhar, encontraram pela frente a policia militarizada do tempo, armada de espadas, lanças e alabardas. ao contrário do que geralmente se pretende fazer acreditar, não há nada mais fácil de compreeender do que a história do mundo, que muita gente ilustrada ainda teima em afirmar ser complicada demais para o entendimento rude do povo. (prefácio José Saramago, in Terra, Sebastião Salgado, são paulo: companhia das letras, 1997.)



quarta-feira, 10 de março de 2010

OFICINA DE TEATRO EM AÇÃO DIRETA, AGORA FICOU ASSIM:





Oficina de Teatro em Ação Direta Agora

Passou para

Quartas-Feiras, na Cia de Arte das

18h às 21h 9º Andar.

Gratuitas e abertas a qualquer interessado.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

3º Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua-Região Sul.


De 25 a 29 de Janeiro aconteceu, em Canoas dentro da Programação do Fórum Social Mundial, o 3º Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua da Região Sul. Neste perído 14 espetáculos de Rua foram apresentados por grupos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Além das apresentações aconteceram oficinas de teatro, debates e palestra com os convidados Júnio Santos (Movimento Escambo-RN) e Richard Riguetti (Grupo Off-Sina-RJ). Segue a carta elaborada pelos grupos, sobre políticas públicas para o teatro de rua.


CARTA DE CANOAS/RS
3º ENCONTRO DE TEATRO DE RUA DA REGIÃO SUL
FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2010 – 10 anos


Os artistas trabalhadores e grupos da região sul – RS, SC e PR, pertencentes à Rede Brasileira de Teatro de Rua reunidos em Canoas, RS, entre os dias 25 e 29 de janeiro de 2010, realizaram o 3º Encontro de Teatro de Rua da Região Sul, dentro das atividades do Fórum Social Mundial – 10 anos, reafirmado a missão de lutar por políticas públicas culturais com investimento direto do Estado em todas as instâncias: Municípios, Estados e União, endossando ainda, a luta por uma nova ordem e por um mundo socialmente justo e igualitário.
Em busca do aperfeiçoamento dos sonhos dos articuladores da Rede, o 3º Encontro de Teatro de Rua da Região Sul consolidou em sua programação apresentações, oficinas, reflexões e discussões políticas. Esse modelo aponta para um caminho possível para a realização de futuros encontros, possibilitando equilíbrio entre apresentações locais/regionais e a presença de articuladores nacionais.
A Rede Brasileira de Teatro de Rua, criada em março de 2007, em Salvador/Bahia, é um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, democrático e inclusivo. Todos os artistas-trabalhadores e grupos de rua e afins pertencentes a ela podem e devem ser seus articuladores para assim, ampliar cada vez mais suas ações e pensamentos.
Os articuladores da região sul pertencentes à Rede Brasileira de Teatro de Rua, com o objetivo de construir políticas públicas culturais mais democráticas e inclusivas, defendem:

· A criação de programas de ocupação de propriedades públicas ociosas, para sede dos grupos de pesquisa e trabalho continuado, tornando-se centros de referência para o teatro de rua;
* Manutenção e permanência de espaços públicos que já possuem ocupação de grupos de pesquisa através de comodato e/ou convênios, como por exemplo o Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre/RS (com os grupos Oigalê, Povo da Rua e Falos e Stercus) e o espaço Centro Social e Cultural de Garibaldi/RS (com o grupo Hora Vaga);
* Que as instâncias públicas e privadas respeitem a tradição “de passar o chapéu” nas apresentações do teatro de rua, independente de haver ou não subvenção para a realização do espetáculo;
· Representações do teatro de rua nas comissões regionalizadas dos editais públicos, colegiados setoriais e conselhos das instâncias municipal, estadual e federal;
· Imediata implementação da Lei de Fomento de Porto Alegre, bem como a criação de novas leis em outros municípios dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná;
· Extinção da Lei Rouanet e da LIC/RS e de quaisquer mecanismos de financiamento que utilizem a renúncia fiscal;
· A utilização da verba pública através do financiamento direto do estado, por meios de programas e editais, em formas de prêmios, elaborados pelos segmentos organizados da sociedade;
· A criação de programas específicos a nível municipal, estadual e federal que contemplem: produção, circulação, formação, registro, documentação, manutenção e pesquisa, mostras e encontros para o teatro de rua e mérito artístico na capital e interior dos estados;
· Mostras de teatro de rua, com encontros da rede estadual ou nacional de teatro de rua, dentro dos festivais já consagrados da Região Sul, como por exemplo: Porto Alegre Em Cena, Caxias em Cena, Iznard Azevedo, Festival de Curitiba, Festival de Joinville, Festival de Londrina, Fetel e Ponta Grossa, entre outros;
· A permanência de pelo menos um articulador de cada grupo durante os Festivais, Mostras e Encontros, possibilitando o intercâmbio e a troca de experiências;
· Que os espaços públicos (ruas, praças, parques, entre outros), sejam considerados equipamentos culturais e assim contemplados na elaboração de editais públicos e no Plano Nacional de Cultura;
· A extinção de todas e quaisquer cobrança de taxas, bem como a desburocratização para as apresentações de artistas-trabalhadores, grupos de rua e afins, garantindo assim o direito de ir e vir e a livre expressão artística, em conformidade com o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira;
· Que os editais para as artes sejam transformados em leis para garantia de sua continuidade, fomentando também o intercâmbio entre companhias de diferentes cidades;
· Que os editais Myriam Muniz e Artes Cênicas de Rua sejam publicados no primeiro trimestre de cada ano com maior aporte de verbas e que seja publicada a lista de projetos contemplados e suplentes, e a divulgação de parecer técnico de todos os projetos avaliados;
· Que os editais sejam regionalizados e sejam criadas comissões igualmente regionalizadas, tendo ainda a atribuição de acompanhar o projeto até sua finalização com os respectivos pareceres;
· Que as estatais contemplem com equidade, em seus editais, o teatro de rua, respeitando o critério de regionalização;
· Apoio financeiro da Funarte aos Encontros de Teatro de Rua;
· Que os grupos de teatro de rua desenvolvam ações coletivas nos seus espaços durante seus eventos;
· Criação de Fundos Estaduais, tendo uma proporcionalidade entre capital e cidades do interior.

O Teatro de Rua é um símbolo de resistência artística, comunicador e gerador de sentido, além de ser propositor de novas razões no uso dos espaços públicos abertos. Assim, reafirma-se o dia 27 de março, dia mundial do teatro e dia nacional do circo, como o dia de mobilização nacional por políticas públicas, e conclama-se os artistas-trabalhadores, grupos de rua e afins e a população brasileira a lutarem pelo direito à cultura e à vida.

“Eu não faço teatro. Eu faço vida. Eu não vou ao povo, eu sou povo.” Junio Santos

“Teatro de rua no Brasil, sozinho, nunca mais.” Richard Righetti

29 de janeiro de 2010
Fórum Social Mundial – 10 anos
Parque Eduardo Gomes – Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil